Eu estava aqui firme na ideia de retomar as atividades deste humilde blog com uma série de posts cariocas, mas tive que fazer uma pausa. É que minha muito querida e viajada amiga Nayra me deu de presente um post caprichado sobre um lugar muito misterioso que fica debaixo de um dos lugares mais misteriosos do mundo: a necrópole sob o Vaticano, que é onde está o túmulo de São Pedro. Eu nunca tinha ouvido falar desse passeio (que se chama Scavi Tour) até chegar a Roma e receber uma mensagem da Nayra com a dica. Não é algo que se vê com facilidade nos guias de viagem e isso torna tudo ainda mais interessante. Minha vontade foi bater na porta do Vaticano no mesmo instante e perguntar: “Gente, cadê o Pedro? Como é que faz pra descer?”. É lógico que a coisa não funciona assim e eu acabei sem conseguir fazer o tour. Não é qualquer um que entra lá, muito menos a qualquer hora. Mas que vai contar tim-tim por tim-tim não sou eu. Olha só:
“Acho que, assim como a maioria das pessoas, só soube da existência da necrópole sob o Vaticano e do túmulo de São Pedro, por conta do livro e,depois filme “O Código da Vinci”. Sim, essa é uma boa referência cinematográfica sobre o local… (Só não aconselho ser como o outro turista brasileiro, que nos acompanhou na visita, e perturbou a guia de segundo em segundo perguntando cada detalhe do filme. Deselegante, como diria a Sandra.)
Eu poderia me estender aqui e contar toda a estória de como foi descoberta a necrópole que existe debaixo do Vaticano e todos os indícios – e provas! – sobre o túmulo de São Pedro, mas não quero estragar o passeio…
Esse é o grande barato da visita: a série de coincidências e todo o cuidado e trabalho que levou à descoberta de um lugar tão incrível.
Gostaria de poder ilustrar melhor o post com fotos mas elas são proibidas lá embaixo…
Mas vamos aos detalhes práticos. A necrópole do Vaticano é muito grande e interessantíssima de ser visitada. Provavelmente, o passeio mais interessante que fiz em Roma. Justamente por todos os fatos históricos que cercam a sua descoberta e o quanto ela é conservada – o que torna o passeio super agradável.
A necrópole é toda iluminada artificialmente, então é possível ver cada detalhe e caminhar por todos os corredores, além de ser razoavelmente climatizada.
As visitas são guiadas – conseguimos a visita com guia brasileira, o que fez tudo mais agradável! – e em pequenos grupos. Com horário marcado. Isso quer dizer: SEM FILAS. SEM TUMULTO. SEEEEEEEM HISTERIA!!!! O que, em Roma, tem todo o seu valor, óbvio.
Vamos a que interessa. Como faz?
É preciso mandar um e-mail para o Vaticano ([email protected]) informando:
– o número de participantes do grupo;
– o nome de cada um;
– a língua de preferência do grupo (nós optamos por dar opções em ordem de preferência. Ex: português, inglês e espanhol. E acabamos conseguindo a guia brasileira.)
– o(s) período(s) em que você ficará em Roma disponível para a visita.
– o email pra que o Vaticano faça contato e confirme a visita.
Algo assim ó:
Good afternoon,
I would like to book a visit to the Vatican Necropolis for the day x, y or zz/zz/2014 for a group of 3 people.
Number of participants: 3
Names:
1. João
2. Maria
3. José
Country of origin: Brazil (3)
Language of the visit: Portuguese, Spanish and English
Period: xx/xx/2014 (Only in the afternoon) or zz – yy/yy/2014.
Email for confirmation: [email protected]
Thank you for your attention.
I’ll await your confirmation.
Sugiro mandar o e-mail com antecedência, com algumas semanas de antecedência à sua chegada. Assim, tem mais possibilidade de você conseguir a guia brasileira que, por sinal, é super bacana!
O Vaticano confirma a visita, horário e guia pelo e-mail que você indicar. Imprima esse comprovante pra levar com você.
Ah, pra você planejar o resto do seu dia, a visita dura em torno de duas horas e você já sai dentro da Basílica, então ainda pula outra fila.
Duas dicas importantes. A primeira é o traje. Não pode ir de short ou bermuda, minha gente. Neeeem no calor senegalês de Roma. Eles recomendam trajes adequados. Para as mulheres, no verão, uma saia no joelho é razoável. E, por via das dúvidas, uma echarpe ou lenço pra cobrir os braços. Não é o caso de uma burca, mas enfim…
A outra diz respeito à localização.
Não tem nenhuma placa externa ou sinalização na praça. Fica meio mocado mesmo. Mas vamos lá. De frente pra Basílica, no meio da praça, você terá uma alameda de apóstolos à sua esquerda. Siga em direção a ela. Ainda pra esquerda, fica uma grande grade clara guardada por um dos guardas de roupa engraçada da Guarda Suíça. É lá que você entra. Parece que tá errado mas não está não! Pode perguntar informação que ele confirma! É pra ele que você deve mostrar o email de comprovação enviado pelo Vaticano.
É preciso chegar com alguma antecedência. No site de informações, o Vaticano recomenda 10 minutos.
Chegue. Ache o bendito portão e o guardinha. Apresente pra ele o email de comprovação a Santa Sé enviou e pronto. Se me lembro bem, você paga a taxa de $13 euros lá numa espécie de escritório pra onde eles te encaminham, depois de adentrar – sim, a advogada aqui não resiste a um palavreado pomposo! – os portões.
Bom, não bastassem todas as informações privilegiadas, segue o link oficial do Vaticano: http://www.vatican.va/roman_curia/institutions_connected/uffscavi/documents/rc_ic_uffscavi_doc_gen-information_20090216_it.html
Não é preciso ser cristão para curtir o passeio. Só o seu conteúdo histórico e a organização passeio são suficientes pra agradar a qualquer viajante curioso.
Bom. Acho que é isso. Tomara que a sua visita seja tão inesquecível como foi a minha!
=*
Nayra”