Não sei de você, mas eu adoro uma trilha. Acho bom demais andar no meio do mato e morrer de cansaço pra depois chegar num lugar lindo e ver que valeu a pena. Quem me ensinou a gostar disso foi esta distinta figura aqui, ó:
Ele esteve em Santa Catarina em março e ficou uns dias em Florianópolis. Como eu passei férias de família e verões sensacionais em Floripa, mas há um bom tempo não apareço em terras catarinenses, perguntei pro meu pai se ele tinha voltado com alguma novidade, algum passeio que não fizemos por lá juntos. Ele me respondeu assim “tem uma trilha…” e o relato acabou virando esse post. Manda ver, pai:
Se você curte uma boa caminhada e ama a natureza, aí vão algumas dicas de um programa alternativo quando visitar Florianópolis/SC, essa maravilhosa cidade, que figura no topo do ranking das cidades brasileiras preferidas pelos turistas. A Lagoa da Conceição é um dos pontos mais bonitos de Floripa e exite uma trilha que margeia a costa norte e oferece uma visão diferente do local.
Como Chegar:
Caso esteja de carro, vindo do centro da cidade, pela SC-404, pode estacioná-lo antes da ponte principal que separa as duas partes, no Centrinho da Lagoa e caminhar até o início da trilha, no Ponto 3 das paradas dos barcos, que fazem o transporte regular de nativos e turistas da costa norte da lagoa. Alternativamente, você pode seguir de carro até este mesmo ponto.
É muito fácil; basta tomar a Rua Rita Lourenço da Silveira e seguir as ruas que margeiam a lagoa até lá, onde também você estaciona o carro (há um estacionamento privado no local por R$15,00). Além disso, qualquer pessoa das proximidades conhece e fornece as informações necessárias para você chegar até lá.
Se estiver de ônibus, vá de 362.
Começando
Neste ponto, se prepare para entrar no paraíso. A trilha é classificada como de dificuldade semi-pesada, ou seja, caminhada em desníveis de longo percurso. A duração média é de 2 horas em caminhada direta, mas, com certeza, vale a pena gastar um pouco mais de tempo, pois você não vai resistir em parar inúmeras vezes, para apreciar a paisagem e tirar suas fotos. Obviamente, você deve estar preparado: roupas leves (no verão), um bom tênis de caminhada, um lanche, algumas frutas, protetor solar e muita água.
Apesar da classificação “semi-pesada”, a trilha não é tão difícil, principalmente para trilheiros experientes. Existem, é claro, alguns trechos em aclive/declive com “pedras no caminho”, literalmente. Contudo, na maior parte, o percurso é plano, largo e calçado com pedras em pequenos trechos.
Não existe a menor chance de você se perder. Nas poucas bifurcações pelo caminho, existem placas informativas e de sinalizações. Além disso, você tem a lagoa como referência: sempre a sua direita. Você pode também, contar com os moradores das inúmeras casas (de nativos ou de veraneio) que existem ao logo da trilha.
Curta o caminho de natureza exuberante, com o pouco que resta de mata nativa. Se der uma fomezinha, você pode contar (no mês de março) com os inúmeros pés de goiabas, de araçás, de pitangas, de maracujás, e outras frutas silvestres.
Aprecie as árvores floridas, as borboletas multicoloridadas, os pássaros e demais animais que, por ventura cruzam seu caminho (ou será que é você que está invadindo o espaço deles?).
Se tiver tempo, você pode dar uma desviada do caminho principal e caminhar até um engenho de farinha, que tem atividade durante o mês de julho.
Dê uma paradinha no Sobrado da Dona Loquinha, construído por escravos, mais ou menos, em 1780.
Quase no final do percurso, vale a pena das uma desviada de uns 800m até uma cachoeira, que infelizmente estava com pouca vazão devido ao longo período de estiagem na região, na época que fizemos a caminhada.
Fim da linha
Pronto: chegamos ao Canto dos Araçás – povoado que fica nos pontos 16 e 17 dos barcos. Ali existe um pequeno comércio e vários restaurantes, com decks avançando para a lagoa, onde você pode descansar.
Se estiver com fome, tem as opções, entre outras, de peixinho frito com pirão e a famosa sequência de camarão – o prato mais famoso da lagoa e de Floripa.
Hora de voltar. Que tal um passeio de barco?
Se não estiver muito cansado, coloque a mochila nas costas e faça o caminho de volta. No entanto, recomendo pegar um dos barcos que fazem o transporte rotineiro da costa, ali mesmo em dos decks dos restaurantes. Eles passam a cada intervalo, aproximado, de 30 minutos e custam R$ 7,00 por pessoa.
Curta a bela vista da costa na viagem de volta, que dura cerca de 40m até o Centrinho da Lagoa.
Ah! Não se esqueça de avisar ao piloto do barco que pretende desembarcar no Ponto 3, caso tenha deixado o carro por lá, pois, caso contrário, ele pode passar direto, uma vez que só atraca nos pontos onde há demanda.